quinta-feira, 15 de junho de 2017

DESENVOLVIMENTO DA AULA DO DIA 13_06

Desenvolvimento da aula do dia 13_06

“Num país como o Brasil, manter a esperança viva é em si um ato revolucionário.”
                                                                                                                                   Paulo Freire.

A professora inciou a aula pedindo nossos comentários sobre o filme “Preciosa”.

O filme narra a vida de Preciosa, menina negra, gorda e pobre, que cresce em uma família totalmente desequilibrada. Ela é uma menina abusada de todas as formas possíveis, pelo pai sexualmente, pela mãe verbalmente, pelos colegas que fazem bulling com ela, pela diretora da escola que sem saber o que realmente ocorre com Preciosa a transfere para outra escola...
Preciosa por todos estes fatos é uma menina triste, sem expressão facial, sem interação com os outros e que nos momentos mais difíceis se refugia em suas próprias fantasias, onde ela é feliz e amada.
Apesar de tudo, vemos nela vontade, vontade de viver, de passar por cima de tudo, pois ela não se entrega às drogas, ao roubo, à prostituição, ela não vai para as ruas, a despeito de tudo, ela continua a ir a escola e a enfrentar do seu jeito toda a situação surreal que é sua vida.
Na nova escola onde é obrigada a ir, ela encontra uma nova professora que também a despeito de todas as condições acredita no que faz e aos poucos, de alguma forma, transforma Preciosa, mostrando-lhe que há esperança e permitindo que ela tenha forças para recomeçar.

Depois de nossa conversa sobre o filme passamos a discutir nossas considerações e propostas para a BNCC, o que até agora não tínhamos conseguido fazer, de tantas discussões proveitosas que as atividades desenvolvidas estão proporcionando...

Eu e Letícia analisamos a disciplina de Matemática, e chegamos às seguintes conclusões e proposta:

ü  Na introdução da matemática nos anos iniciais do ensino fundamental, é descrito de uma forma ampla o que os alunos devem aprender de acordo  com cada tópico específico durante os anos iniciais do ensino fundamental. Porém não é mencionado o que os alunos deverão fazer após compreender esses conteúdos e nem mesmo como transpor esses conteúdos que aprenderam  para a sua realidade. Então era necessário, mencionar este aspecto.

ü  Nos objetivos de aprendizagem da matemática nos anos iniciais do ensino fundamental, não parece haver objetivos de geometria que exijam que os alunos demonstrem a compreensão ou aplicação do conhecimento. Então é necessário incluir a aplicação do conhecimento para a realidade deles. A geometria a é extremamente importante para o cotidiano dos alunos, pois permite relacionar, classificar, distinguir diversos objetos e elementos da natureza.

ü  A maioria dos objetivos são repletos de termos e palavras complicadas  para descrever a aprendizagem. Assim, a clareza dos objetivos seria mais efetivo se fosse escrito com mais clareza, indo direto ao ponto. Caso contrário, fica difícil do professor entender. Por exemplo, ao invés de se escrever:  “Identificar, dentre eventos cotidianos, aqueles que têm maior chance de ocorrência de modo a reconhecer características de resultados mais prováveis, sem recorrer à quantificação.” Poderia se escrever de maneira simples: “Estimar e comparar (ou classificar) a chance de ocorrência de eventos cotidianos.”

ü  De forma geral, não há uma abordagem da história da matemática na BNCC. Então, é algo que poderia ser acrescentado, pois achamos a história da matemática extremamente relevante para a formação dos estudantes, afinal, ela desmistifica a matemática e mostra para os alunos que ela foi constituída por erros e acertos, possibilita que o aluno a veja como uma manifestação cultural de todos os povos em todos os tempos, como a linguagem, os costumes, os valores, as crenças, etc. Inclusive, há a possibilidade de realização de atividades interdisciplinares com história e geografia.

ü  A BNCC deveria dar suporte para que os professores trabalhem práticas diferenciadas, que possam aumentar o interesse e motivação dos alunos. Na BNCC os conteúdos são apresentados de uma forma muito técnica e mecânica. São várias as possibilidades de se trabalhar com os alunos através dos campos da Educação matemática; Diversos pesquisadores realizam pesquisas voltadas nestas áreas e na BNCC tudo isso foi perdido.

ü  - A matemática é uma das principais disciplinas que é responsável por muitas das dificuldades enfrentadas pelos alunos. É claro que não existe uma fórmula ou um método ideal ou uma base que irá acabar de vez com os problemas de ensino/aprendizagem da Matemática. No entanto, seria preciso que a BNCC apresentasse aos professores os vários métodos e possibilidades de trabalho em sala de aula, para que possam reconstruir ou construir a sua prática. Dentre estas possibilidades, pode-se citar diversas tendências em Educação matemática como a resolução de problemas, modelagem matemática, uso de tecnologias da informação, como a calculadora e softwares educacionais (é claro que todas as escolas devem ter estrutura para isso), os jogos e a etnomatemática.

ü  - Quanto a etnomatemática, seria extremamente relevante que ela fizesse parte da BNCC. Ela trabalha o multiculturalismo na matemática. Assim caso ela estivesse presente na base, todos iriam aprender uma matemática totalmente voltada para sua realidade local, por exemplo, em Piranguinho os alunos iriam aprender os conteúdos matemáticos envolvendo o Pé de moleque. Em Maria da Fé envolvendo o azeite e a batata. E assim vai...Dessa forma, a BNCC deixaria de ser generalizada e passaria a se preocupar a subjetividade, cultura e costumes de cada povo local. Afinal, não faria sentido ensinar a fórmula de Bhaskara ou matemática financeira para alunos de uma tribo indígena.

Sobretudo, a BNCC deveria formar alunos capazes de voar, descobrir, refletir, sonhar e não apenas repetir.

Em nossa discussão com os colegas cheguei mais uma vez à conclusão de que o currículo é mais do que um documento oficial, currículos devem ser vividos, o professor tem que assumir seu papel enquanto protagonista, enquanto ser curriculantes, incentivando seus colegas a irem além da BNCC.

No final da aula professora reforçou a questão do trabalho final para a disciplina, a construção de um artigo em dupla, que deve ser entregue e apresentado dia 27/06. Farei meu artigo com o Ney, e nosso tema deve tratar das insuficiências do currículo e da avaliação. A professora orientou que os artigos devem trabalhar com a etimologia das palavras, com a Teorias Críticas, com os atos curriculares, com sua contextualização, no nosso caso devemos nos lembrar que a avaliação muitas vezes determina o currículo.


Mais uma vez muito em que pensar, muito o que ler e fazer...

Um comentário:

  1. Ainda bem que o currículo vai além de documento oficial e imposto, não? Fez uma ótima costura da aula.

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