“Conhecer é tarefa de sujeitos,
não de objetos. E é como sujeito e somente enquanto sujeito, que o homem pode
realmente conhecer.”
Paulo Freire.
Na aula de hoje foram apresentadas os demais capítulos,
números 6, 7 e 8, do livro “Escola, Currículo e Avaliação” da Maria Tereza
Esteban.
Mais
uma vez fiz poucas anotações, me atendo a escutar e participar da discussão, entre
as anotações que fiz estão as seguintes:
ü A questão maior é sempre questionar “como’
a avaliação ocorre hoje, ela deve ser classificatória e emancipatória ao mesmo
tempo.
ü Como o professor utiliza as diversas
formas de avaliação?
ü O professor percebe que há
insuficiência e incoerência no processo avaliativo?
ü Como percebe e reage ao fato de
existir subjetividade no processo avaliativo?
ü Qual o objetivo de qualquer
instrumento de avaliação? Não necessariamente a prova é o instrumento adequado
para cientifizar o processo educacional.
ü Se não posso mudar o sistema, posso
mudar minha atuação docente em sala de aula.
ü Pensar em avaliação hoje, é pensar em
autoregulação da aprendizagem – na autonomia do aluno em se avaliar e avaliar o
processo de ensino-aprendizagem.
ü A visão que temos do outro é limitada
pela falta que temos em conhecer a dimensão do outro, sofremos de “incomplitude
do outro”, mas quando avalio eu devo aprender sobre o outro, essa é a beleza da
avaliação!!!
ü O ainda não aprendeu é diferente do não aprendeu, significa que o aluno ainda vai ter a chance de
aprender, ele se encontra em um processo de evolução...
ü Qual o papel da avaliação no processo
de inclusão/exclusão?
ü Temos que focar no processo não no
conteúdo!!!!
Ao
final da aula a professora nos lembrou que para a próxima semana falaremos
sobre o filme “Preciosa”, fazendo nossos
comentários, e que discutiremos nossas considerações e propostas para a BNCC, o
que ainda não conseguimos fazer, uma vez que nossas discussões tem sido muito
produtivas.
Mais
uma vez estou repleta de retalhos para acrescentar em minha colcha...
Observação:
conferindo minhas anotações de aula percebi um texto sobre o qual me esqueci de
publicar o resumo, então aí vai...
“O Currículo Escolar e os Atos de
Currículo: Contribuições no Processo de Formação de Professores” de Josevandro
Chagas Soares.
O currículo
é composto pelos conhecimentos produzidos pelos âmbitos de referência dos
currículos e pelos atos de currículo dos professores e estudantes - afinal a
ação socioeducacional se configura nas ações de conceber, selecionar, produzir entre
outros - influenciando no processo de construção e afirmação da identidade.
A
educação deve ser uma proposta curricular que busque parcerias e não
hierarquias, valorizando o universo cultural dos professores e alunos, tendo no
cotidiano vivido alguns saberes que constituem o processo formativo e cultural.
A
escola, por sua vez, é espaço de críticas, intercríticas e produção cultural,
mas apesar disso encontramos uma distância muito grande entre a escolas públicas
de hoje e os PCN’s. Em uma visão resumida temos:
ü Currículo real → aquele vivido pelas
instituições, com todas as suas dificuldades, onde a base são os atos
curriculares → Currículo Oculto constituído das atitudes e valores transmitidos
subliminarmente pelas relações sociais e pelo cotidiano da escola (as
práticas/relações de poder, regras, linguagem do professor e dos livros
didáticos)
ü Currículo Ideal → Construído sem
debate com a comunidade escolar, baseado nas ideologias homogeneizadoras.
O que
se pode perceber é que vivenciamos um currículo “descontextualizado” e “engessado”
(completo e fechado em si mesmo), se pensarmos nos âmbitos de referência que determinam os temas, conteúdos e saberes do currículo,
dessa forma temos que à ausência de envolvimento dos professores na cena
formativa do currículo, faz com que esse passe a ser somente um reprodutor do
currículo, contribuindo para a proliferação das desigualdades, uma vez que
contribui para um ensino menos reflexivo e uma aprendizagem menos significativa.
No
entanto, sabemos que todos os envolvidos no processo educativo são importantes
na construção do currículo, pois o aprendizado do mundo vivido chega ao
contexto escolar e interfere nele, por isso dizemos que a instituição escolar é
um espaço de produção de saberes vividos e aprendidos, sabres estes que tem
como dispositivo formativo os atos de currículo dos professores (profissionais
da educação) e alunos (sociedade).
O
currículo é visto somente como um dispositivo de reprodução e manutenção do “status
quo” e não como um artefato cultural socialmente construído, não há construção
de significados, os saberes dos alunos
não são agregados, há conformação dos interesses sociais, das formas de
poder, do significado cultural e político. Esse distanciamento da escola com o
universo dos alunos, ou seja, ignorar as questões culturais no contexto da
disciplina, transforma a escola em uma escola “desencaixada” da sociedade,
vivenciamos uma escola em crise, uma escola que foi constituída para “fabricar”
o sujeito moderno, no entanto, o conceito de moderno mudou... e a escola
continua a mesma... a quem ela forma ou deforma então?
A
discussão curricular deve envolver uma mudança de postura dos profissionais da
educação, que devem encarar de frente a diversidade étnico-cultural, deve
envolver também uma nova distribuição dos conteúdos curriculares, mas isto
exige investimento maciço na formação inicial e continuada dos professores.
A
superação da crise vivida pela escola só será possível através de uma compreensão
do currículo escolar como um artefato cultural e dos atos de currículo
concebidos como um dispositivo de grande efeito no processo de construção da
identidade dos alunos.
É
preciso a construção de um currículo multicultural, que mude não somente as
intenções do que se quer transmitir, mas
os processos internos que são desenvolvidos na educação, que conceba a escola
como um espaço de críticas, intercríticas e produção cultural, pois já que o
cotidiano escolar contribui com o cotidiano coletivo, e vice-versa, somente um
educação de perspectiva multi/interreferencial e que seja intercrítica, pode
ser uma possibilidade para um aprendizado no qual o mundo seja problematizado. No
entanto, faz-se totalmente necessário ter claro que quando nos referimos a uma
perspectiva multirreferencial, estamos nos referindo a uma perspectiva que
englobe:
ü Intercríticas;
ü Ação socioeducacional;
ü Artefatos culturais;
ü Diversidade;
ü Singularidades;
ü Cotidiano escolar e coletivo (cultura
local, realidade do povo);
ü Seres culturais;
ü Políticas de sentidos;
ü Postura política;
ü Educação emancipatória;
ü Aprendizagem significativa;
ü Currículo crítico e intercrítico...
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