quinta-feira, 15 de junho de 2017

DESENVOLVIMENTO DA AULA DO DIA 06_06

“Conhecer é tarefa de sujeitos, não de objetos. E é como sujeito e somente enquanto sujeito, que o homem pode realmente conhecer.”
                     Paulo Freire.

Na aula de hoje foram apresentadas os demais capítulos, números 6, 7 e 8, do livro “Escola, Currículo e Avaliação” da Maria  Tereza  Esteban.
Mais uma vez fiz poucas anotações, me atendo a escutar e participar da discussão, entre as anotações que fiz estão as seguintes:
ü  A questão maior é sempre questionar “como’ a avaliação ocorre hoje, ela deve ser classificatória e emancipatória ao mesmo tempo.
ü  Como o professor utiliza as diversas formas de avaliação?
ü  O professor percebe que há insuficiência e incoerência no processo avaliativo?
ü  Como percebe e reage ao fato de existir subjetividade no processo avaliativo?
ü  Qual o objetivo de qualquer instrumento de avaliação? Não necessariamente a prova é o instrumento adequado para cientifizar  o processo educacional.
ü  Se não posso mudar o sistema, posso mudar minha atuação docente em sala de aula.
ü  Pensar em avaliação hoje, é pensar em autoregulação da aprendizagem – na autonomia do aluno em se avaliar e avaliar o processo de ensino-aprendizagem.
ü  A visão que temos do outro é limitada pela falta que temos em conhecer a dimensão do outro, sofremos de “incomplitude do outro”, mas quando avalio eu devo aprender sobre o outro, essa é a beleza da avaliação!!!
ü  O ainda não aprendeu é diferente do não aprendeu, significa que o aluno ainda vai ter a chance de aprender, ele se encontra em um processo de evolução...
ü  Qual o papel da avaliação no processo de inclusão/exclusão?
ü  Temos que focar no processo não no conteúdo!!!!

Ao final da aula a professora nos lembrou que para a próxima semana falaremos sobre o filme “Preciosa”,  fazendo nossos comentários, e que discutiremos nossas considerações e propostas para a BNCC, o que ainda não conseguimos fazer, uma vez que nossas discussões tem sido muito produtivas.

Mais uma vez estou repleta de retalhos para acrescentar em minha colcha...

Observação: conferindo minhas anotações de aula percebi um texto sobre o qual me esqueci de publicar o resumo, então aí vai...
 “O Currículo Escolar e os Atos de Currículo: Contribuições no Processo de Formação de Professores” de Josevandro Chagas Soares.

O currículo é composto pelos conhecimentos produzidos pelos âmbitos de referência dos currículos e pelos atos de currículo dos professores e estudantes - afinal a ação socioeducacional se configura nas ações de conceber, selecionar, produzir entre outros - influenciando no processo de construção e afirmação da identidade.
A educação deve ser uma proposta curricular que busque parcerias e não hierarquias, valorizando o universo cultural dos professores e alunos, tendo no cotidiano vivido alguns saberes que constituem o processo formativo e cultural.
A escola, por sua vez, é espaço de críticas, intercríticas e produção cultural, mas apesar disso encontramos uma distância muito grande entre a escolas públicas de hoje e os PCN’s. Em uma visão resumida temos:
ü  Currículo real → aquele vivido pelas instituições, com todas as suas dificuldades, onde a base são os atos curriculares → Currículo Oculto constituído das atitudes e valores transmitidos subliminarmente pelas relações sociais e pelo cotidiano da escola (as práticas/relações de poder, regras, linguagem do professor e dos livros didáticos)
ü  Currículo Ideal → Construído sem debate com a comunidade escolar, baseado nas ideologias homogeneizadoras.
O que se pode perceber é que vivenciamos um currículo “descontextualizado” e “engessado” (completo e fechado em si mesmo), se pensarmos nos âmbitos de referência que  determinam os temas, conteúdos e saberes do currículo, dessa forma temos que à ausência de envolvimento dos professores na cena formativa do currículo, faz com que esse passe a ser somente um reprodutor do currículo, contribuindo para a proliferação das desigualdades, uma vez que contribui para um ensino menos reflexivo e uma aprendizagem menos significativa.
No entanto, sabemos que todos os envolvidos no processo educativo são importantes na construção do currículo, pois o aprendizado do mundo vivido chega ao contexto escolar e interfere nele, por isso dizemos que a instituição escolar é um espaço de produção de saberes vividos e aprendidos, sabres estes que tem como dispositivo formativo os atos de currículo dos professores (profissionais da educação) e alunos (sociedade).
O currículo é visto somente como um dispositivo de reprodução e manutenção do “status quo” e não como um artefato cultural socialmente construído, não há construção de significados, os saberes dos alunos  não são agregados, há conformação dos interesses sociais, das formas de poder, do significado cultural e político. Esse distanciamento da escola com o universo dos alunos, ou seja, ignorar as questões culturais no contexto da disciplina, transforma a escola em uma escola “desencaixada” da sociedade, vivenciamos uma escola em crise, uma escola que foi constituída para “fabricar” o sujeito moderno, no entanto, o conceito de moderno mudou... e a escola continua a mesma... a quem ela forma ou deforma então?
A discussão curricular deve envolver uma mudança de postura dos profissionais da educação, que devem encarar de frente a diversidade étnico-cultural, deve envolver também uma nova distribuição dos conteúdos curriculares, mas isto exige investimento maciço na formação inicial e continuada dos professores.
A superação da crise vivida pela escola só será possível através de uma compreensão do currículo escolar como um artefato cultural e dos atos de currículo concebidos como um dispositivo de grande efeito no processo de construção da identidade dos alunos.
É preciso a construção de um currículo multicultural, que mude não somente as intenções do que se quer transmitir,  mas os processos internos que são desenvolvidos na educação, que conceba a escola como um espaço de críticas, intercríticas e produção cultural, pois já que o cotidiano escolar contribui com o cotidiano coletivo, e vice-versa, somente um educação de perspectiva multi/interreferencial e que seja intercrítica, pode ser uma possibilidade para um aprendizado no qual o mundo seja problematizado. No entanto, faz-se totalmente necessário ter claro que quando nos referimos a uma perspectiva multirreferencial, estamos nos referindo a uma perspectiva que englobe:
ü  Intercríticas;
ü  Ação socioeducacional;
ü  Artefatos culturais;
ü  Diversidade;
ü  Singularidades;
ü  Cotidiano escolar e coletivo (cultura local, realidade do povo);
ü  Seres culturais;
ü  Políticas de sentidos;
ü  Postura política;
ü  Educação emancipatória;
ü  Aprendizagem significativa;
ü  Currículo crítico e intercrítico...





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